O tic-tac alto do relógio me perturba, e minha dor de cabeça, cólica, desconforto, e.
Todo e qualquer barulho dilacera rapidamente os pedaços do que eu vinha tentando (re)construir em silêncio. Mas se ouço teus passos, sorrio, independente do resto quebrado. Eu me desacostumei de muita gente e de muita coisa; da tua fala e dos trejeitos dela, da minha sanidade e da nossa calma. Fica difícil recuperar de uma vez só aquilo que foi perdido aos poucos, mas a gente tenta porque o orgulho e o nariz empinado é sempre maior. Eu preciso ficar sozinha, silêncio, eco, espaço, buraco, falta. Preciso pensar e ouvir minha voz maquinando na minha cabeça, mesmo que de vez em quando a de outras pessoas passem-me pela memória. Eu me afundo e me aconchego na minha própria lama, minhas baratas e podres, coberta e quase protegida, me isolo de tudo o que não relaciona-te a ti ou a qualquer outra coisa que não seja o que tenho em mente naquele momento. Se alguém vier, a porta vai estar emperrada, mas não chaveada. É só uma questão de paciência, meu bem. De compaixão e de um pouco de blues dentro de cada um de nós. No silêncio eu não preciso ser prosa nem poesia, não preciso ter coesão ou coerência, fazer sentido ou ter direção. Só preciso ser. Tudo misturando-se e entrelaçando-se de acordo com o que eu penso ou mesmo sinto. Nada concreto. Sem ordem ou realismo. Apenas sentimentalismo barato, o que é fácil de encontrar por onde eu ando.
Sei que quando te elogiei ficastes feliz e isso te deu mais motivos para se empenhar mais. Continuarei te elogiando a cada melhora, não dizendo isto como se eu fosse uma avaliadora ou especialista em textos mas dizendo isto como sua singela fã e leitora. Enfim continue assim (: beijos.
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