- Isso não são mais horas.
- Mas...
- Amanhã. Amanhã cedo tu me lembras.
- Como? Amanhã não lembrarei-me mais.
- Se não irás lembrar-te, não há de ter importância suficiente para interromper meu sono agora.
- Algumas coisas são mais importantes que o sono.
- Se são realmente importantes, podem ser lembradas depois.
- "Depois"! Oras, "depois"! Pois se são importantes é exatamente porque devem ser discutidas agora!
- Se são de tal importância, não podem ser esquecidas. Logo, amanhã ou mais tarde alguém há de se lembrar.
- Coisas importantes também são esquecidas.
- Me dê, então, um exemplo.
- Nós.
- Hein?
- Nós éramos importantes, e fomos esquecidos, deixados de lado, deixados pra depois, amanhã, pra mais tarde quando alguém se lembrar ao ver alguma foto jogada por aí; segundo plano, compreende? Tentamos tanto evitar o clichê, evitar ser um daqueles casais melosos que ninguém aguenta, no fim até conseguimos, mas o que sobra disso? Ficou sem graça, virou corriqueiro, caímos na rotina. Nós nos esquecemos.
Sou mestre em esquecer coisas e pessoas :s
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