sábado, 14 de janeiro de 2012
Desafogar-se
Tarde da noite sinto um nó amarrar-se cada vez mais forte em minha garganta doída. Meu orgulho - besta ou talvez apenas o orgulho cotidiano que me mantém de pé com o nariz levemente empinado para que as lágrimas escorram para dentro, e não o contrário - faz com que eu cisme em manter meus olhos secos, a maquiagem da noite passada intacta. Mas a noite já passou, o amor já se esvaiu, as memórias queimaram ásperas, a maquiagem não possui importância. Deixo umedecer, pois lembro que se eu não faze-lo agora, não haverá jeito de eu dormir sem a culpa pesando-me na consciência. Se eu não chorar e dormir agora, as lágrimas e bocejos podem atrapalhar o ritmo da música que cantarei amanhã. Mesmo apesar do orgulho, dos narizes levantados, dos olhares atravessados, dos ratos que invadem meu quarto, das sombras projetadas por memórias inquietas, do amor ausente que ainda deixa transparecer alguns sonetos subentendidos, mesmo de todo modo, mesmo de nenhum modo, é necessário - desafogar-se.
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"Mesmo apesar do orgulho, dos narizes levantados, dos olhares atravessados, dos ratos que invadem meu quarto, das sombras projetadas por memórias inquietas, do amor ausente que ainda deixa transparecer alguns sonetos subentendidos, mesmo de todo modo, mesmo de nenhum modo, é necessário - desafogar-se."
ResponderExcluirQue lindo pitena ;$